Bem-Estar | 6 mitos e verdades sobre sol e câncer de pele



O câncer de pele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Somente em 2020, foram registrados 176.930 casos, sendo 83.770 homens e 93.160 mulheres. Porém, o dermatologista dos Hospitais Albert Einstein e Oswaldo Cruz, Renato Pazzini, lembra que o sol não deve ser visto como vilão.

“Até porque ele é a principal fonte de vitamina D – 80% da formação dessa vitamina provém dos raios solares, principalmente, do tipo B (UVB), que ativam a síntese da substância em nosso organismo”, esclarece.

São necessários cuidados ao se expor ao sol para evitar não apenas a doença, mas também queimaduras, envelhecimento precoce, acne, alergias, manchas e feridas. A seguir, Pazzini lista seis mitos e verdades comuns sobre o tema. Confira!


Todo câncer de pele está associado ao sol
Mito.
Ainda que a exposição ao sol seja o principal fato de risco para a doença, de 5 a 10% dos casos de melanoma estão relacionados a fatores genéticos. “O câncer de pele também pode ser causado por alterações em genes, hereditárias ou não, podendo atingir pessoas que produzem muita melanina (proteína que garante a coloração da pele e protege o DNA da radiação ultravioleta)”, conta o médico.


Local e hora da exposição solar influenciam no risco
Verdade.
Dependendo de onde você está, a radiação solar é mais forte e, consequentemente, representa maior risco para a pele. “Perto da água, por exemplo, além da radiação recebida diretamente do sol, 70% dos raios solares são refletidos. No fundo da água, os raios conseguem atingir cerca de 30 cm de profundidade”, explica o especialista. Já a areia reflete 20% da radiação solar. “Se você quer tomar sol com mais segurança, opte pela grama. No verde, o sol reflete muito pouco. Também evite a exposição ao sol entre 10h e 16h, quando a radiação é mais intensa”, aconselha.


Pessoas de pele mais clara têm mais chance de desenvolver a doença
Verdade.
Isso porque elas possuem menos melanina na pele. “Essa substância serve como um protetor solar natural e biológico, ou seja, as pessoas que possuem mais melanina apresentam um fator natural de proteção maior contra a radiação solar”, informa o dermatologista. Com menos melanina, pode haver mais melanose solar, que são aquelas manchas escuras que ocorrem na face, colo, dorso das mãos e antebraços. “Elas têm um significado importante, podendo ser os primeiros sinais de um câncer de pele”, adverte.


Somente regiões do corpo expostas ao sol podem ser afetadas
Mito.
Áreas que não são expostas podem desenvolver câncer de pele quando há um peso genético maior no desenvolvimento da doença. “Exemplo disso são cânceres de pele melanoma que aparecem em unhas, mãos, pés e em áreas genitais, que são locais cobertos”, ressalta Renato Pazzini.


Queimaduras podem evoluir para câncer de pele
Verdade.
Verdade. A queimadura solar, mesmo que intermitente (pessoas que não se expõem com frequência), é um fator de risco para alguns tipos de pele.


Excesso de exposição solar na infância aumenta a chance de câncer de pele no futuro
Verdade.
Isso influencia tanto no desenvolvimento de câncer em idades mais avançadas quanto no envelhecimento da pele. ‘O sol possui uma ação cumulativa no DNA das células, ou seja, os danos celulares provocados pela radiação ultravioleta solar vão se acumulando no DNA da célula e esses são responsáveis tanto pelo surgimento de cânceres como por um estresse oxidativo nas células, resultando no envelhecimento cutâneo”, diz o médico.





Últimas matérias de Bem-Estar

Mudanças no clima podem trazer sintomas depressivos
Leia mais
Você sabia que a voz também envelhece?
Leia mais
5 dicas para prevenir voz trêmula ao falar em público
Leia mais