Filhos | Filhos que enfrentam os pais: como lidar?




O comportamento agressivo de crianças ou adolescentes direcionado aos pais e responsáveis é mais comum do que se imagina. São agressões verbal ou física que visam controlar a autoridade parental. “O objetivo final, intencional ou não, é inverter a regra usual, segundo a qual os filhos obedecem aos pais”, explica a educadora Stella Azulay.

Segundo a especialista, a  criança nasce sem noção de limites. A partir do momento que começa a engatinhar e explorar o ambiente, necessita que adultos coloquem limites para garantir a sua segurança física, além de apresentar regras para um bom convívio social.

Esse aprendizado precisa começar cedo e facilita a vida da criança, que não tem maturidade para julgar o que deve e o que não deve fazer”, diz a especialista.

Além disso, a criança tem tendência a imitar o comportamento dos responsáveis, que também precisar dar bons exemplos. “À medida que cresce, ela incorpora tais regras, aprende gradualmente a tolerar frustrações e, aos poucos, vai respeitando os limites por si mesma, desenvolvendo sua capacidade de autocontrole”, completa.

Para Azulay, pais apresentam dificuldades em dizer não e, com isso, colocar limites nos filhos, favorecem as reações agressivas. Ela orienta nove ações para ajudar a prevenir comportamentos agressivos dos filhos para com os pais.


1. Consciência de que a função dos responsáveis é educar crianças e jovens. “Está se dá pelas orientações, explicações e pelo próprio modo como os pais se comportam. Os pais são os primeiros modelos que os filhos observam e procuram se espelhar”, enfatiza.

2. Consciência de que existe uma hierarquia na relação pais-filhos, estando os pais acima. “Pode, e deve, haver amizade entre pais e filhos, mas essa é diferente da que eles têm com seus amigos e colegas”, diferencia.

3. Não há como educar sem impor limites.

4. Os limites devem ser claros, para não deixar dúvidas para a criança. “Ela tentará ultrapassar o limite, mas saberá que está testando seus pais”.

5.  Não adianta querer poupar a criança da colocação de limites. “Se os pais não fizerem isso, a vida real o fará, de forma muito mais dura”.

6. Pais devem estar de acordo quanto ao limite. “Se um diz não e o outro diz sim, a criança aproveita a brecha”.

7.  Os limites podem variar gradualmente, conforme a idade da criança. Os elogios, quando a regra é cumprida, e as repreensões, quando não é cumprida, também fazem parte desse processo.

8. “É importante conversar com a criança sobre suas reações à frustração, para que ela aprenda a expressá-las de modo verbal, e não fisicamente”.

9. Se a situação começa a sair do controle, ajuda de um psicólogo.








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