Repetir sons, sílabas ou fazer paradas involuntárias ao pronunciar uma frase são sinais da gagueira. Este distúrbio que afeta a fluência da fala e da comunicação tem origem neurológica e é bastante comum antes dos seis anos de idade, principalmente entre os meninos. São estimados que, para cada criança do gênero feminino afetada, três do masculino desenvolvem o problema.

Entre os mitos relacionados à gagueira, está que ela pode ter origem no nervosismo ou na timidez da criança. Apesar de a ansiedade atrapalhar a fluência, o que acontece é que a criança gaga não consegue ajustar tempo e a duração dos sons. Assim, pode repetir, prolongar ou mesmo pular consoantes e palavras com as quais sinta dificuldade.

Uma curiosidade é que as pessoas gagas podem falar normalmente enquanto cantam, declamam um poema ou imitam alguém, uma vez que tais habilidades se encontram em uma área diferente do cérebro.

A gagueira tende a aparecer por volta dos dois anos de idade e atinge, aproximadamente, 5% da população infantil mundial, segundo dados da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (SOB). Porém, desaparece espontaneamente entre 50% a 80% dos casos.

Há casos, contudo, situações em que ela se torna crônica.

Entre os fatores de risco para que a gagueira se torne crônica, a SBO destaca histórico familiar e ser do sexo masculino, uma vez que meninos apresentam menores condições neurais para a recuperação espontânea. Para completar, quanto mais cedo surgir, menor o risco de o problema ser permanente.