
Não são apenas os adultos que podem sofrer com o estresse, mas também as crianças. O assunto exige um olhar cuidadoso dos pais, principalmente em um ano marcado pelo isolamento social.
Segundo a pediatra Andressa Tannure, situações adversas inevitavelmente aparecerão na vida de toda criança. “Perda do seu animal de estimação, mudança de escola e de cidade são algumas delas. Entretanto, agora, o cenário é mais delicado, pois se trata de um episódio completamente atípico”, alerta.
Os sintomas são o aparecimento de comportamentos que não eram comuns, como choro, sono ruim, alteração do apetite e regressão no desenvolvimento. “Uma criança que já havia realizado o desfralde volta a fazer xixi na cama”, exemplifica a médica.
“Isso evolui para quadros mais intensos de hiperatividade, agressividade, personalidade introspectiva, sentimento de incompetência e déficit de atenção”, complementa.
Acolhendo seu filho
O estresse tóxico pode influenciar negativamente o sistema neurológico e endocrinológico. Para a médica, se não tratado, o quadro pode deixar a pessoa mais suscetível a doenças crônicas e dependência de álcool, cigarro e drogas quando na idade adulta. Contra o problema, o suporte dos pais e de toda a família é mais do que bem-vindo. A lista inclui conversa, incentivo às atividades de lazer, estabelecimento de rotina, sono e alimentação saudável. Além disso, uma psicoterapia pode se fazer necessária.
“Todo esse amparo, somado a sua maturidade e estágio de desenvolvimento, serão determinantes para não gerar consequências”, tranquiliza.