
Passar muito tempo realizando atividades que não consomem muita energia é uma característica do sedentarismo que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atinge 47% dos brasileiros e até 84% dos jovens do país. Segundo ainda a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais sedentário da América Latina e ocupa a quinta posição no ranking mundial.
O sedentarismo não está relacionado apenas com a falta de atividade física. Mesmo que uma pessoa pratique exercícios, ela ainda pode ser considerada sedentária se não fizer isso de forma regular ou em quantidade insuficiente.
Entre os hábitos cotidianos que favorecem o sedentarismo estão: o uso excessivo do carro, de escadas rolantes ou elevadores e utilizar aplicativos de compras em vez de ir às lojas ou ao mercado. Além disso, passar longas horas sentado ou deitado em frente a dispositivos eletrônicos também é prejudicial.
Saúde é a primeira a padecer
A lista de doenças que podem acontecer ou serem agravadas pelo sedentarismo é grande, incluindo obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2, osteoporose, câncer e alterações nos níveis de lipídeos no sangue.
A falta de atividade física também reduz o metabolismo e prejudica a capacidade do organismo de controlar os níveis de açúcar no sangue, regular a pressão arterial e decompor a gordura.
A longo prazo, o sedentarismo pode levar à perda de força física, atrofia muscular, dores nas articulações, aumento excessivo de peso, acúmulo de gordura abdominal e no interior das artérias, além de aumentar o ronco durante o sono e o surgimento de apneia do sono.
Para completar, a prática regular de exercícios físicos está relacionada à diminuição de sintomas depressivos e de ansiedade. “Durante a atividade física, o corpo libera substâncias químicas que regulam o humor, o bem-estar e o estresse, tais como serotonina, noradrenalina, endorfina e dopamina”, lembra a psicóloga Monica Machado.
“Além disso, o aumento da frequência cardíaca promove o fluxo sanguíneo para o cérebro e estimula o sistema nervoso central, gerando benefícios cognitivos como melhora na memória, raciocínio e no lidar com situações estressantes”, explica a psiquiatra Danielle H. Admoni.
Virando a página
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as crianças e adolescentes pratiquem pelo menos 60 minutos de atividade física moderada a intensa por dia, com ênfase em atividades aeróbicas em pelo menos três dias da semana para fortalecer músculos e ossos.
Já os adultos devem realizar entre 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada, como caminhada rápida, ou 75 a 150 minutos de atividade aeróbica intensa, como corrida, por semana, além de atividades de fortalecimento muscular em pelo menos dois dias da semana.
Para os idosos, recomendam-se de 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada ou 75 a 150 minutos de atividade aeróbica de alta intensidade por semana, além de atividades de fortalecimento muscular em pelo menos dois dias e atividades que enfatizem o equilíbrio funcional e o treinamento de força em três dias da semana.
“É importante ressaltar que pessoas com condições específicas de saúde devem ter acompanhamento médico adequado para escolher a atividade mais indicada para o seu caso”, finaliza a psiquiatra.