Bem-Estar | Conheça o transtorno que faz a pessoa simular sintomas para chamar a atenção




Imagine uma doença em que uma pessoa simula ou provoca sintomas físicos ou psicológicos para obter atenção e cuidados médicos. Pois esta enfermidade existe e tem um nome complicado à primeira vista: Síndrome de Münchhausen.

O comportamento pode ser estimulado pela sensação de falta de algo, como ganho econômico, fuga de responsabilidade legal ou de melhorar de bem-estar físico.

“Os atos dos pacientes são intencionais e premeditados. Eles conseguem simular patologias ao ler manuais de diagnóstico e livros de medicina, além de terem um conhecimento avançado de práticas médicas”, afirma Monica Machado, psicóloga pós- graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein.

Entre os exemplos de quadros que um paciente pode simular está retirar o próprio sangue com uma seringa, armazená-lo na boca para depois eliminá-lo, fingindo um sangramento interno.


Tratamento psiquiátrico
Por ser um quadro bastante complexo, tanto o diagnóstico quanto o tratamento são mais desafiadores em comparação a outras condições. Algumas pistas, porém, funcionam como sinal de alerta quando aparecem juntas. Entre elas, apresentar comportamentos autodestrutivos; presença de sintomas sem conexão com primeira reclamação ou doença de base; exagerar os sintomas na presença de outras pessoas; incompatibilidade das histórias contadas; conhecimento profundo de práticas e terminologias médicas, vontade incomum de se submeter a exames e procedimentos médicos; resposta ineficiente aos tratamentos e evitar que médicos conversem com familiares.

O problema pode ainda estar relacionado com outras doenças mentais – como depressão – e traumas de infância.

Segundo Monica Machado, familiares e pessoas próximas têm papel fundamental no diagnóstico e tratamento do paciente. “Eles costumam ser os primeiros a identificar anormalidades no comportamento e nos discursos do indivíduo”, pontua a psicóloga.

“O ideal é sempre evitar o confronto, permitindo que o paciente conheça sua situação gradualmente, visando à cooperação e à aceitação do tratamento. É preciso que ele tenha consciência que sua situação não é física, mas psíquica, para aumentar a chance de aderir ao tratamento. Vale lembrar que o uso de antidepressivos e outros medicamentos é indicado nos casos em que há outro transtorno concomitante”, finaliza a psiquiatra de São Paulo (SP) Danielle Admoni.








Últimas matérias de Bem-Estar

5 alternativas para evitar que o estresse cause pressão alta
Leia mais
6 dicas para driblar a ansiedade na hora de dormir
Leia mais
6 exames para prevenir e detectar o câncer de mama
Leia mais