
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres. É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com 684.996 óbitos por ano.
No Brasil, o câncer de mama é o tipo de câncer mais incidente em mulheres após o câncer de pele não melanoma. Em 2022, foram estimados 66.280 casos novos da doença.
Porém, estudos da Associação Americana de Câncer apontam que, quando ele é descoberto no início, as chances de cura são de até 95%. Esse índice cai para 50% se a neoplasia estiver em um estágio avançado.
O ginecologista e obstetra pela Santa Casa de São Paulo (SP), Carlos Moraes, explica os seis exames que ajudam a identificar ou prevenir essa enfermidade.
“O objetivo é fazer o diagnóstico precoce e evitar a evolução de um possível tumor em estágio inicial”, explica o médico.
“Embora os exames devam ser realizados rotineiramente, muitas pacientes só marcam consulta quando já estão com os sintomas, correndo o risco desnecessário de não tratar a doença logo no início”, alerta.
Autoexame das mamas
É realizado pela própria mulher, por meio da palpação dos seios, que pode ser realizada em frente ao espelho, em pé ou deitada.
“Os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou axilas”, orienta o médico.
O autoexame ajuda na prevenção e na identificação de tumores palpáveis, porém, não substitui os demais exames.
Mamografia
Ela rastreia por imagem o tecido mamário, podendo detectar um nódulo, mesmo que este ainda não seja palpável. O INCA indica que a mamografia deva ser feita a cada dois anos, a partir dos 50 anos, caso não seja encontrada nenhuma alteração. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) defende que as mamografias comecem a partir dos 40 anos.
Ultrassom das mamas
Atuando com ondas sonoras de alta frequência, o exame proporciona imagens da estrutura interna para caracterizar alterações palpáveis ou detectadas à mamografia (geralmente nódulos e assimetrias), assim como para o rastreamento complementar à mamografia em mulheres com mamas densas.
Também possibilita distinguir lesões que não podem ser palpadas, como lesões sólidas e císticas, que exigirão uma biópsia percutânea.
Ressonância magnética
Diferente do raio-x, a ressonância magnética não utiliza radiação e pode ser utilizada como exame complementar. As imagens tridimensionais, muitas vezes, ajudam no diagnóstico da neoplasia. Para realizar a ressonância, pode ser preciso injetar um contraste e, para isso, estar com os rins sem complicações.
Exame de sangue
Quando o corpo desenvolve algum tipo de câncer, é comum que algumas proteínas como a CA 125, a CA 19.9, a CEA, e outras aumentem sua concentração no sangue. Por isso, o exame sanguíneo pode ser importante para detectar a presença de marcadores tumorais e para avaliar a evolução do tratamento.
Exame genético
Estima-se que 10% dos casos de câncer de mama possuem origem hereditária. Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 são responsáveis por grande parte dos casos de cânceres de mama hereditários (tanto que eles possuem esse nome por serem abreviaturas de “BReast CAncer” - câncer de mama, em inglês).
“A análise genética, feita com amostras de sangue, é capaz de detectar alterações genéticas patogênicas nesses dois genes, indicando uma pré- disposição ao surgimento tanto do câncer de mama como de ovário”, explica Moraes.