Filhos | Postura dos pais impacta de forma diversificada na formação dos filhos



O comportamento dos pais pode impactar de forma diferenciada o desenvolvimento de seus filhos. É o que aponta a especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental e Mentora de pais, Stella Azulay.

Segundo ela, crianças que vivem em um ambiente de tensão, tóxico ou violento perdem a sensação de segurança e são acometidas por estresse crônico. “Isso pode causar danos permanentes às estruturas neuronais”, pontua.

Além disso, filhos que assistem ou sofrem violência doméstica também são influenciados negativamente. “Inversamente, pais excessivamente indulgentes e permissivos, com dificuldade para colocar limites nos filhos, favorecem as reações agressivas”, diz.


Hierarquia desrespeitada
Para a especialista, um fator cultural recente que também justifica o aumento de atritos são problemas de autoridade dos pais em relação aos filhos. Para que a postura dos pais impacte de forma positiva na formação de suas crianças e adolescentes a especialista indica, primeiramente, em responsabilizar-se pelo ato de educar.

“A educação se dá principalmente através da comunicação, do diálogo e também pelo próprio modo como os pais se comportam. Estes são os primeiros modelos que os filhos observam e procuram se espelhar”, assinala.

Sobre hierarquia, ela lembra que pais não devem agir como amiguinhos dos filhos. “Até pode e deve haver amizade e confiança entre pais e filhos, mas é preciso deixar claro que o relacionamento é diferente daquele que eles têm com seus amigos e colegas”, diferencia.

Impor limites e fato fundamental do processo educacional e deve começar desde cedo.

“Filhos pedem limites aos pais. De diversas formas. Eles sabem que precisam porque não conseguem fazer autogestão das emoções. O cérebro ainda não está maduro para isso”, descreve.

Para completar, pai e mãe devem estar de acordo quanto às regras, para transmitirem as mesmas mensagens.


Frustrações são inevitáveis
Outro erro comum é querer poupar a criança de frustrações. “Se os pais não permitirem que seus filhos errem e se frustrem, a vida real vai cobrar essa maturidade de forma muito mais dura e sem piedade”, alerta.

Vale ainda expressar sentimentos. “Assim, os filhos entendem que pai e mãe não são infalíveis e que têm problemas e limitações como qualquer ser humano. Isso ajuda os filhos a se sentirem confortáveis para dialogar com os pais”, orienta.

Por fim, é preciso empenho. “Muitos pais não poupam esforços para serem os melhores em suas atividades profissionais, mas nem sempre investem com o mesmo afinco em suas funções educadoras. Estabilidade financeira é importante, mas de nada adianta se não houver participação ativa no desenvolvimento físico, emocional, intelectual e ético dos filhos, tornando-os adultos capazes de realizar suas próprias escolhas, com autonomia, segurança e responsabilidade”, finaliza.







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