Esportes fazem bem para a saúde de crianças e jovens, além de oferecerem benefícios sociais e emocionais.

“As atividades coletivas contribuem também para o reconhecimento de hierarquias, respeito e disciplina. A disputa saudável ajuda os jovens a saberem lidar com frustrações relacionadas a perdas, contribuindo com o amadurecimento”, reforça a psiquiatra.

Como cada faixa etária apresenta um grau de desenvolvimento diferente, há esportes que podem ser melhores indicados do que outros. Para ajudar nesta escolha, a psiquiatra da Infância e Adolescência na Escola Paulista de Medicina UNIFESP Danielle H. Admoni selecionou as atividades em três momentos: 2 a 5 anos, 6 a 9 anos e 10 a 12 anos.

“Porém, é fundamental que a criança sinta prazer na atividade física praticada e não a pratique por moda ou imposição dos pais. O ideal é oferecer as opções de acordo com a idade e permitir que ela experimente e escolha a que mais se identificou”, afirma.

“Praticar um esporte que não proporcione alegria, bem-estar e satisfação pode afetar o psicológico da criança e transformá-la em um adulto avesso às atividades físicas”, alerta, Confira!


2 a 5 anos
A coordenação motora só se desenvolve nas crianças a partir dos seis anos. Assim, a atenção e o equilíbrio ainda são limitados. Além disso, a visão e a capacidade de seguir objetos em movimento ainda não estão completamente desenvolvidos.

‘Portanto, as atividades indicadas são aquelas que dependem da coordenação motora mais grosseira e habilidades básicas, como correr, nadar, rolar, cambalhotas, jogar e pegar objetos de um para o outro”, diz a psiquiatra Danielle Admoni.


6 a 9 anos
Nesta faixa-etária, a maioria das crianças já apresenta habilidades motoras suficientes para esportes organizados com regras e em grupo. Porém, pode ainda faltar a coordenação entre os olhos e as mãos, exigida em algumas atividades. “É possível também que a criança ainda não consiga entender ou lembrar de todas as regras e estratégias de determinados esportes em equipe”, aponta a médica.

Por esse motivo, os esportes mais adequados são aqueles que podem ter suas regras flexibilizadas e que exijam habilidades mais básicas. Incluem-se nessa lista correr, nadar, pedalar, fazer artes marciais, ginástica olímpica, dança e jogar futebol.


10 a 12 anos
A maioria das crianças já consegue realizar atividades complexas, apresentando boas habilidades motoras e cognitivas. “Inclusive para seguir estratégias de jogo, tanto individual como em equipe”, diz.

Admoni lembra que os focos ainda devem ser o desenvolvimento, diversão e participação, não a competição.

Vale lembrar que, neste período, muitos já podem estar na puberdade. Ou seja, isso influencia no esporte adequado, pois pode haver crianças muito maiores, mais fortes e mais pesadas do que outras da mesma idade. Por isso, o ideal é que as crianças joguem com outras no mesmo estágio de desenvolvimento, para não ter desvantagem.

“Estas devem ser encorajadas a participar de esportes que não dependem tanto do tamanho, como natação, artes marciais, ginástica olímpica e dança”, explica a médica. Esportes de saltos só são indicados após os 11 anos e, os mais competitivos, aos 12 e 13 anos.