Momentos de desemprego ou de queda na renda familiar podem exigir que todos os moradores da casa conversem e, juntos, ajudem-se na busca por soluções coletivas.

“É essencial que a família dialogue e coloque os problemas na mesa para que todos saibam sobre realidade financeira e o momento que estão passando. Isso inclui os filhos”, explica a economista Vanessa Blum Colloca.

“Não tente esconder das crianças e jovens o que acontece. Você se surpreenderá com o quanto eles são sensíveis e, muitas vezes, vão até te dizer: ‘eu já sabia disso’”, garante. De acordo com a especialista, não adie a conversa e não faça dela um momento de tensão.

“A realidade, por mais dura que seja, traz conscientização, amadurecimento e responsabilidade. Futuramente, seus filhos terão mais preparo para lidar com as frustrações da vida”, destaca.

Falando sobre dinheiro
Vanessa sugere fazer uma reunião em família, de preferência, sem celulares na mesa. Pegue papel e caneta e incentive cada um a anotar ideias sobre como diminuir gastos.

“Pensem juntos o que é impossível cortar, o que todos podem abrir mão e o que alguém se propõe a ficar sem”, lista.

No caso de crianças e jovens, seja sempre o mais claro possível. “Nesta etapa, o ideal é usar exemplos reais como: se não diminuirmos isso, não poderemos fazer aquilo”, pontua.

A especialista defende ainda que todos podem colaborar, incluindo os pequenos. “Comece dividindo as tarefas de casa. Fale didaticamente como se vocês morassem em um país onde não existe ajuda em casa e cada um precisasse cuidar das suas próprias coisas”, relata.

“A mãe ou o pai, dependendo do combinado, será quem vai inspecionar os serviços, e isso pode ser alterado a cada dois dias. Se os filhos são adolescentes, eles também terão a vez de serem inspetores”, orienta.

Valorize esforços
Atividades como arrumar a cama, lavar a louça, tirar e colocar as roupas na máquina, o lixo e fazer a comida devem ser valorizadas pelos pais.

“É importante que todos sintam que estão fazendo a sua parte e ajudando, de fato. Não faça por eles, por mais que a tarefa não esteja 100% correta. Além disso, é fundamental uma fase de adaptação, tolerância e aprendizado”, reforça.

Os filhos também podem ser incentivados a usarem a criatividade para ganhar um dinheiro para eles. “Como publicar em site de venda aquelas coisas que ninguém usa mais, passear com o cachorro do vizinho, entre outras atividades”, indica a economista.

Por fim, lembre-os que não precisam se envergonhar da situação. “Não há vergonha em se reinventar. Seus filhos se sentirão úteis e orgulhosos de si, entendendo o real sentido de família”, finaliza.