Do ponto de vista biológico, a mulher dos 20 aos 30 anos está na melhor fase hormonal e de sua saúde cardiovascular. “Há uma boa vascularização da vagina, colaborando para a elasticidade – tão importante para o parto normal. Há também uma boa vascularização do útero, que é fundamental e para o processo de implantação da placenta”, justifica Alessandro Scapinelli, ginecologista e membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).

Além disso, nessa idade, a chance da futura mamãe não apresentar processos inflamatórios é menor. E ela, geralmente, já está emocionalmente mais madura para lidar com uma gravidez.


Menos fértil
Contudo, segundo o médico, a biologia não é tudo. Em um momento em que as mulheres são grande parte do mercado de trabalho, é preciso planejamento familiar para escolher a melhor hora de encarar uma gestação.

“A decisão é de cada casal. Porém, é realidade que a fertilidade diminui de maneira acentuada após os 35 anos, e riscos são mais prevalentes no pré-natal – tanto para a mãe quanto para o feto – em uma mulher de idade mais avançada”, aponta.

A principal mudança é que, a mulher após os 37 anos, entra em uma fase da vida reprodutiva chamada Climatério. E mesmo estando longe da Menopausa, poderá apresentar algum tipo de desequilíbrio hormonal, metabólico e imunológico. “Assim sendo, após os 40 anos, são mais prevalentes o hipotireoidismo, a intolerância à glicose, as síndromes hipertensivas, questões imunológicas e inflamatórias”, lista.


Decisão importante
Mesmo quando a saúde da mulher está perfeita, é preciso avaliar se – emocionalmente – o casal está apto para receber uma criança. “O melhor momento para engravidar é quando se tem o desejo real de ser mãe, não para cumprir um comportamento padrão de nossa sociedade. Por exemplo, casei e agora preciso ser mãe”, adverte Luciana Kotaka, psicóloga de Curitiba (PR). “Ser mãe exige muito acolhimento, carinho, paciência e presença”, acrescenta.

É fundamental que o casal esteja em um relacionamento harmônico – e nunca querer engravidar com a intenção de “melhorar” um casamento que pode não estar bom. “Além disso, vale avaliar se financeiramente estão preparados para proporcionar o que é necessário para receberam mais uma pessoa na família”, recomenda.

Por fim, tanto a mãe quanto o pai devem estar envolvidos no processo de escolha da gestação. “Um aspecto importante é se os dois querem ser pais. A rotina será cansativa e é fundamental que eles possam ter o momento de casal também”, complementa.