A cerveja é uma bebida fermentada, levemente alcoólica, produzida a partir do malte de cevada, lúpulo, água de boa qualidade e, em muitas receitas, também de outros ingredientes como arroz, trigo ou milho — conhecidos como adjuntos. É uma das bebidas mais antigas da humanidade, sendo já era consumida na região da Mesopotâmia e Suméria há cerca de 10 mil anos antes de Cristo. Durante a Idade Média, os monastérios aperfeiçoaram e popularizaram a bebida pela Europa Central.

Hoje, a cerveja continua sendo uma das bebidas mais consumidas no mundo, sendo os maiores produtores globais a China (com 448,3 milhões de hectolitros anuais), seguida pelos Estados Unidos (227,8 milhões) e pelo Brasil (114 milhões).


Fabricação em etapas
Muita gente não sabe, mas a fabricação da cerveja é um processo minucioso que combina os ingredientes essenciais — água, malte, lúpulo e levedura — com variações nas técnicas de preparo. São essas variações originam diferentes estilos e sabores.

Tudo começa com a mosturação, etapa em que o malte, geralmente de cevada, é moído e misturado com água quente para liberar os açúcares fermentáveis. Em seguida, o líquido é separado dos resíduos sólidos por filtração e segue para a fervura.

Durante a fervura, o lúpulo é adicionado para conferir amargor, aroma e propriedades conservantes. Após essa etapa, a substância é resfriada rapidamente para entrar na fase de fermentação, em que leveduras transformam os açúcares em álcool e gás carbônico.

Concluída a fermentação, a cerveja passa pela maturação — um período em que é armazenada a baixas temperaturas por algumas semanas. Essa fase é fundamental para suavizar os sabores e garantir estabilidade e qualidade ao produto final.

Por fim, a cerveja é filtrada novamente para remover resíduos de levedura e impurezas, e então envasada


Tipos de cerveja
As cervejas são classificadas de acordo com o tipo de fermentação, que depende da levedura utilizada e da temperatura em que o processo ocorre. Essa classificação dá origem a três grandes famílias: lager, ale e selvagens.

Larger
São cervejas de baixa fermentação, em que a levedura (do tipo Saccharomyces pastorianus) atua em temperaturas mais baixas, resultando em bebidas leves, refrescantes e de sabor suave. Entre os estilos mais populares estão a Pilsner (clara, com amargor moderado e bastante refrescante), a Vienna Lager (de coloração âmbar e sabor maltado), a American Lager (semelhante à Pilsner, porém ainda mais leve e suave) e a Dunkel (escura, com notas de caramelo e tostado).

Ale
São produzidas com leveduras de alta fermentação (Saccharomyces cerevisiae), que atuam em temperaturas mais elevadas, resultando em cervejas com sabores mais intensos e aromas frutados ou condimentados. São exemplos a IPA – India Pale Ale (com amargor pronunciado e aroma cítrico ou picante), a Witbier (cerveja belga de trigo, condimentada com casca de laranja e sementes de coentro), a Weizenbier (cerveja de trigo alemã, turva, leve e com notas de banana e cravo), a Red Ale (de coloração avermelhada, sabor maltado e levemente adocicado) e a Stout (cerveja escura, encorpada e com sabores intensos de torrefação, como café e chocolate amargo).

Selvagens
Utilizam leveduras e bactérias não convencionais, como Brettanomyces, Lactobacillus e Pediococcus, que conferem sabores e aromas únicos — muitas vezes ácidos, terrosos, frutados ou com notas “rústicas”. Essas cervejas geralmente passam por fermentação espontânea, ou seja, o mosto é exposto ao ar para capturar microrganismos naturalmente presentes no ambiente. Entre os estilos mais representativos estão as lambics (cervejas belgas fermentadas espontaneamente, com sabor ácido), as manipueiras (cervejas experimentais brasileiras feitas com o caldo fermentado da mandioca) e as Wild Ales (cervejas que fogem do controle tradicional de fermentação e apresentam características imprevisíveis).


*Com informações da USP e Sindicerv