Eu, Entrevistador

Trabalhar com pesquisas foi o primeiro emprego com carteira assinada de Rafaela. Dezoito anos depois, ela continua no ofício de entrevistar colaboradores. “Foi difícil conseguir o primeiro emprego, ninguém queria me dar uma oportunidade. Quando surgiu a vaga, fiz uma provinha e fui contratada para um período de três meses de experiência. Fui efetivada e nunca mais sai”, compartilha.
Para ela, uma boa entrevistadora precisa ser atenciosa, boa ouvinte e ter paciência. “As pessoas estão dispostas a falar, mas você precisa deixar os próprios problemas de lado e focar no bem-estar delas, para que se sintam confortáveis. Além disso, é essencial ter resiliência, empatia e pensar no outro antes de si. O foco deve estar no que precisa ser feito para garantir um bom resultado.”
Algumas situações marcaram Rafaela nesses anos de trabalho. “Acompanhei durante muito tempo um casal de idosos e, quando um faleceu, algumas semanas depois o outro também partiu. Foram anos de convivência, e perdê-los tão rápido me deixou arrasada. Aquela premissa de que um casal que se ama muito não fica longe um do outro me pareceu muito real.”
Outro momento especial foi acompanhar o crescimento da filha de uma colaboradora. “Quando ela era pequena, tiramos uma foto juntas. Anos depois, quando já era adulta, recriamos a mesma foto, no mesmo lugar e com a mesma pose”, conta.
Biblioteca em casa
Leitora ávida, Rafaela tem uma biblioteca em casa. Seus gêneros preferidos são os chamados ‘romantasia’ – uma mistura de romance e fantasia – e o dark romance, que aborda temas sombrios.
“Tenho várias fases. Já fui apaixonada por romances de época. Agora estou pendendo para o suspense e começando a explorar esse gênero. Amo a Bienal do Livro, nunca falto a uma edição”, garante.
E será que ela tem um romance preferido? “Essa pergunta é difícil, porque a resposta muda muito. Mas, hoje, adoro Quarta Asa, que faz parte de uma série de romantasia. Sou completamente apaixonada, é maravilhosa.”
Amor pelos animais
Carioca, Rafaela mora com o marido e dois gatos, em cima da casa da mãe, onde também vivem cinco cachorros e seu irmão. Os animais, aliás, são sua outra grande paixão.
“Tudo começou quando adotei minha primeira cachorra. Ela apareceu na rua, assustada, e a gente a resgatou. A partir daí, minha vida se transformou em uma jornada de resgate de animais. Todos os meus bichos são resgatados, de situações que vão desde lares abusivos até abandono nas ruas”, relata.
“Já cheguei a ter dez cachorros em casa, todos resgatados, incluindo meus gatos. Além disso, ajudo animais de rua, alimentando, cuidando e levando ao veterinário. Tenho essa veia para ajudar os bichos”, finaliza.